6. Coeficiente de Restituição

Coeficiente de Restituição

É uma grandeza adimensional que traduz a elasticidade da colisão (propriedade elásticas dos corpos) e o grau de conservação de energia cinética durante as colisões.

A sua importância reside na capacidade de descrever o que acontece após uma colisão, complementando a lei de conservação do momento linear.

O coeficiente de restituição é definido pela razão entre a velocidade relativa de afastamento v'R  (após a colisão) e a velocidade relativa vR  de aproximação (antes da colisão) dos objetos:









Velocidade relativa corresponde ao módulo da diferença vetorial entre as velocidades dos corpos:






Suponha que duas esferas que se aproximem para colidirem, assim:









A velocidade relativa de aproximação 
vR é:











E depois da colisão, afastem-se assim:











A velocidade relativa de afastamento v'R  é:











Logo, o coeficiente de restituição é:












A relação do valor do coeficiente de restituição com o tipo de colisão se resume assim:

e = 1 → Colisão Elástica

    * A energia cinética do sistema se conserva
    * Os corpos são rígidos ou elásticos
    * Não ocorrem deformações permanentes
    * Os corpos não ficam ligados














0< e < 1 → Colisão Inelástica

    * A energia cinética do sistema diminui
    * Podem, ou não, ocorrer deformações
       permanentes
    * Os corpos não ficam ligados
       após a colisão
















e = 0 → Colisão Perfeitamente Inelástica
              (ou Colisão Plástica)

    * Acontece a máxima perda da energia cinética
      do sistema (podendo, ou não, ser total)
    * Podem, ou não,  ocorrer deformações
       permanentes
    * Os corpos ficam ligados após a colisão



e > 0 → Colisão Superelástica
              
    * A energia cinética do sistema aumenta      
    * Podem, ou não, ocorrer deformações
       permanentes
    * Os corpos não ficam ligados após a colisão


Na realidade, a maioria das colisões são inelásticas. Os objetos se separam após o impacto, mas com uma velocidade relativa menor do que a de aproximação, e podem sofrer deformações permanentes.











Exemplo: uma bola de tênis que quica no chão, mas não atinge a altura original.









Durante as colisões inelásticas, a energia cinética, ou parte dela, converte-se em enegia térmica, energia sonora, e produz as deformações permanentes (quando acontecem).


A importância prática

O coeficiente de restituição não é apenas um conceito teórico. Ele tem aplicações práticas em diversas áreas da engenharia e da ciência.

Indústria: automotiva, o coeficiente de restituição é crucial para o design de sistemas de segurança e para simular acidentes.

Esportes: No desenvolvimento de equipamentos esportivos, como bolas de golfe e raquetes de tênis, o coeficiente de restituição ajuda a prever o desempenho do material.

Física: O coeficiente de restituição também pode fornecer informações sobre as propriedades elásticas dos materiais que colidem. Ainda que de modo indireto e aplicando-se a propbabilidade, é usado na mecânica quantica no estudo das colisões entre partículas.

Em resumo, o coeficiente de restituição é uma ferramenta poderosa para analisar e prever o resultado de colisões, fornecendo uma medida quantitativa do grau de elasticidade e da dissipação de energia.